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Nascido na Paraíba em 20 de abril de 1884, Augusto dos Anjos foi um dos maiores poetas brasileiros. Aprendeu com seu pai, bacharel, as primeiras letras. Cursando o secundário no Liceu paraibano foi dado como doentio e nervoso.
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Formou-se em Direito mas não advogou, vivia de ensinar português. Casou-se com Ester Fialho em 1910. Perdeu prematuramente o filho em 1911, fato que levou Augusto a uma depressão pelo resto da vida.
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Seu único livro Eu que canta a degenerescência da carne e os limites do humano foi ignorado pelo público e crítica em seu lançamento em 1912, só alcançou novas edições graças ao empenho de Órris Soares (1884-1964), amigo e biógrafo do autor. Os poetas da época atacavam Augusto pelo seu estilo lúgubre, mórbido.
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Carregado de saudade e das dores da morte, Eu hoje é considerado clássico inquestionável de um gênio não reconhecido em vida. Augusto era cético em relação as possibilidades do amor, em sua obra tudo se converte e se transforma como um corpo em decomposição.
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Sua poesia foi incorporada e adaptada por outras artes. Peças de teatro, filmes, quadrinhos, músicas etc. Augusto dos Anjos é um dos poetas mais lidos do país. Morreu em 1914 com apenas trinta anos, vitimado pela pneumonia.
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Esquecido em vida e incensado na morte, Augusto dos Anjos, grande poeta do Brasil! Ainda não leu Augusto? Baixe aqui o magistral Eu e outras poesias. Fiquem agora com seu soneto mais conhecido:
Versos Íntimos
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
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