Não é de hoje que algumas obras de Horror/Terror subvertem clichês do gênero a favor da ambientação, atuações e aspectos não privilegiados pelas narrativas convencionais.
Podemos citar exemplos como O bebê de Rosemary, cujo material fonte de Ira Levin já possuía um denso contexto psicológico e nada de sustos gratuitos.
Ou Alucinações do passado que mostrava insanas visões e a confusão mental de Jacob Singer.
Steve Rose
O termo polêmico foi criado pelo crítico de cinema Steve Rose do The Guardian que enquadrou a grande safra de filmes atuais nestas características com o termo. As obras polarizam opiniões, o consumidor acostumado com filmes repletos de sustos movidos a trilha sonora e situações repetitivas, estranhou as obras que necessitam da audiência para completar lacunas.
Um dos créditos da proliferação destes longas se deve ao sucesso de crítica de A bruxa de Robert Eggers, mais focado na convivência da família retratada e na fotografia para compor um horror sofisticado e complexo. O público médio foi ao cinema para tomar sustos e quebrou a cara, os que aproveitaram a experiência sentiram a perturbação proposta.
O Babadook também subverteu com sua trama melancólica focada em uma família disfuncional e suas reações enquanto enfrentam uma criatura de um livro infantil mórbido.
Corrente do mal levou as telas uma entidade que não pode ser parada enquanto persegue jovens infectados com sua presença sexualmente. No meio disso tudo aborda diversas questões do amadurecimento flertando com o drama.
Boa noite mamãe! com seus poucos diálogos e várias imagens perturbadoras trouxe inquietação com uma narrativa subjetiva e alto suspense. Até o terceiro ato do longa questionamos o que está certo e se as suspeitas sobre a identidade da mãe são fundamentadas.
Corra! é outro exemplo revigorante com altas críticas sociais, humor negro e soluções criativas em sua construção, além de contar com a atuação soberba de Daniel Kaluuya no papel de um jovem que cai em uma armadilha horrenda.
O consagrado M. Night Shyamalan dirigiu o fantástico Fragmentado, em que James McAvoy interpreta Kevin com suas múltiplas personalidades.
Doenças mentais também são o tema de They look like people que aprofunda camadas de paranoia, esquizofrenia e outros distúrbios com um resultado visceral.
Um jogo de interpretação de ações é a premissa de The Invitation, com seu sólido elenco e situações cada vez piores. Outra bela obra.
O francês Personal Shopper apresenta uma trama de contato com espíritos mas voltada para as ações e estado mental da médium.
Ao cair da noite gerou uma grande polêmica em seu lançamento quando usuários de redes sociais fomentaram boicote ao filme, o motivo, diziam que o mesmo não era assustador. Não era essa a proposta. A direção queria perturbar narrando a história de uma pequena família sobrevivendo a uma praga mortal, objetivo concluído com louvor.
Com poucos diálogos e belíssimas imagens Under the skin é uma inesquecível ficção científica de horror.
Under the shadow ilustra os horrores da guerra e seus terríveis efeitos psicológicos.
The eyes of my mother é violento, incômodo e causa mal estar com a opressiva solidão de sua protagonista.
Raw(Grave) causou náusea com a crueza e encantamento com a beleza de suas cenas, além de sensibilidade nas descobertas de sua protagonista,
O espelho mostra um vilão que utiliza os sentimentos e lembranças de suas vítimas para executá-las, Mike Flanagan cria saltos no tempo muito bem encaixados para garantir a tensão.
The blackgoat"s daughter possuí atuações brilhantes e uma influência sobrenatural negativa sentida. Outro belo exemplo do gênero.
A ghost story é um anárquico, terno, triste e poético filme de David Lowery que vestiu seu fantasma com um lençol e montou um cabeçudo mistério repleto de simbolismo.
Mother! de Darren Aronofsky estreou a pouco tempo e já veio cercado de polêmicas e críticas. Alguns julgam a obra como desnecessária outros como uma experiência sensorial incrível.
Gostos a parte, vida longa ao post horror e obras questionadoras e subversivas!
Freaks!
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